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05 de Setembro de 2024
Anualmente, setembro se transforma em um mês de conscientização para a asfixia perinatal com a campanha "Setembro Verde Esperança", idealizada pelo Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros e apoiada por diversas instituições.
A asfixia perinatal - terceira principal causa de morte neonatal no mundo, representando 23% dos óbitos - ocorre quando o recém-nascido não recebe oxigênio suficiente antes, durante ou logo após o parto, podendo resultar em sérios danos neurológicos, como a paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez.
Para enfrentar esses riscos, a neuroproteção surge como uma abordagem crucial. "O termo neuroproteção se refere a uma série de mecanismos e estratégias destinadas a proteger os neurônios contra danos causados por condições que afetam o Sistema Nervoso Central. Isso inclui a prevenção de lesões resultantes da falta de irrigação sanguínea e, consequentemente, de oxigênio no cérebro, que pode levar à morte dos neurônios", explica Dr. Felipe Menetti, neurologista do CEJAM.
Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a neuroproteção visa aprimorar a qualidade da assistência oferecida aos bebês prematuros e suas famílias. Esse enfoque vai além das intervenções farmacológicas e inclui práticas que promovem a prevenção, recuperação e regeneração neuronal.
"A neuroproteção deve ser incorporada a todos os protocolos de cuidado neonatal, abrangendo desde o controle de ruídos e luminosidade no ambiente até a realização de exames de forma segura e organizada, evitando manipulações desnecessárias. Além disso, é essencial estimular a presença dos pais, garantir a amamentação precoce e o aleitamento materno exclusivo, quando possível", salienta o especialista.
A implementação de tecnologias avançadas, como a monitorização por vídeo aEEG (Eletroencefalograma de Amplitude Integrada), também desempenha um papel importante no suporte às equipes de UTIN, proporcionando uma visão detalhada e contínua da função cerebral do recém-nascido.
Contato pele a pele
No Brasil, o Método Canguru é uma abordagem humanizada para a assistência a recém-nascidos prematuros, que integra práticas biopsicossociais, ou seja, considera os aspectos biológicos, psicológicos e sociais da saúde. Um dos pilares do método é o contato pele a pele entre o bebê e os pais.
“O contato pele a pele aumenta os níveis de ocitocina, promovendo o bem-estar e reduzindo o cortisol, o hormônio do estresse”, reforça Dr. Felipe. Essa interação cria um ambiente mais tranquilo e protetor para o bebê, necessário para sua neuroproteção.
“Essas práticas do Método Canguru ajudam a mitigar os riscos de atrasos neurológicos e promovem o desenvolvimento motor e cognitivo a longo prazo”, afirma. O toque dos pais é crucial para a proteção e o crescimento saudável do recém-nascido, ao englobar os fatores físicos, emocionais e sociais envolvidos.
Equipe multidisciplinar
A eficácia da neuroproteção depende de uma equipe multidisciplinar dedicada e bem integrada. Médicos, enfermeiros e outros especialistas colaboram para implementar os protocolos de cuidado. “Nas unidades onde o CEJAM está presente, a neuroproteção é uma prioridade em cada etapa do atendimento neonatal. Cada membro, desde a realização de avaliações neurológicas até o suporte emocional aos pais, desempenha um papel fundamental”, destaca.
No contexto neonatal, a prevenção da asfixia perinatal e de outras complicações exige uma assistência pré-natal de alta qualidade e cuidados adequados durante o parto. O avanço na neuroproteção e o trabalho de profissionais preparados são essenciais para garantir um desenvolvimento saudável e um futuro promissor para cada bebê.
É primordial que todos continuemos a apoiar essas iniciativas e fomentar a conscientização para salvar e transformar vidas.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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