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29 de Agosto de 2023
O tabagismo ainda é considerado um grave problema de saúde pública em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Essa doença crônica é decorrente da dependência à nicotina, uma substância presente em vários produtos que contêm tabaco em sua composição.
O uso excessivo e contínuo de cigarros pode acarretar vários sintomas prejudiciais ao organismo, tais como doenças respiratórias, disfunção erétil e diversos tipos de câncer. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), fumantes têm de 2 a 4 vezes mais chances de desenvolver acidente vascular cerebral (AVC) quando comparados a não fumantes. Em relação ao câncer de pulmão, homens aumentam suas chances em 23 vezes e mulheres em 13 vezes.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que o tabagismo seja responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano, um número que gera grande preocupação.
Pensando nisso, o CEJAM vem trabalhando em unidades de saúde sob sua administração, a fim de conscientizar e apoiar na luta contra o vício. A Unidade de Saúde da Família (USF) Jardim Aeroporto II de Mogi das Cruzes, administrada pela organização em parceria com a prefeitura local, é um exemplo.
“Em nosso grupo, pessoas que querem largar o cigarro passam a ter acesso a aconselhamentos de profissionais, além de métodos de tratamento, medicamentação e terapias para esse momento tão delicado”, afirma Eliane Pereira Da Silva, enfermeira da unidade e coordenadora do coletivo.
A partir de uma abordagem humanizada e dinâmica, desde 2019, a USF vem realizando o serviço para a população. Já foram cerca de 60 pessoas que receberam todo o apoio necessário durante os meses de tratamento e deixaram de vez o hábito.
“O serviço em Mogi das Cruzes começou por conta da identificação da alta taxa de fumantes na região. Com esse alerta, passamos a nos qualificar da melhor forma para dar assistência nesse sentido aos moradores”, explica a profissional.
Maria Auxiliadora Evangelista, 49, foi uma das participantes que conseguiu se libertar da dependência a partir do serviço, após mais de 20 anos com o vício. “Eu pedi ao médico clínico que me indicasse apenas um remédio, mas ele informou que o tratamento para tabagismo era mais amplo”, conta.
A decisão de buscar ajuda foi motivada pelo reconhecimento de que enfrentar o processo sozinha era bastante desafiador. "Eu tinha a meta de parar de fumar aos 30 anos, mas não consegui. Foi somente aos 47 que percebi a necessidade de fazer algo, de buscar apoio. Eu já estava hipertensa e fiquei com medo de desenvolver mais problemas de saúde", relata.
A paciente, agora ex-fumante, frequentou o grupo por um ano e usou medicação durante três meses. “Nesse tempo, recebi diferentes orientações para lidar com a ansiedade e sobre o que eu poderia fazer para enfrentar tudo da melhor forma. Durante o período, também pude dividir muitas experiências com pessoas que estavam vivendo a mesma situação que eu, nós acompanhamos a evolução um do outro ali”, reitera.
O grupo de apoio ao tabagismo é composto por uma equipe de profissionais como enfermeiros, médicos e dentistas, que realizam sessões com o objetivo de informar e auxiliar o paciente na redução gradual do tabagismo, até o fim da dependência completa. Quando necessário, também é utilizada a abordagem farmacológica, como a terapia de reposição de nicotina por intermédio de adesivos transdérmicos e medicamentos.
Aos interessados, o atendimento é realizado através da identificação de tabagistas por agentes comunitários ou por meio de solicitação na própria unidade de saúde.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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