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19 de Julho de 2024
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a cada cinco segundos, um adulto perde a visão no mundo. E, a cada minuto, uma criança enfrenta o mesmo problema. No Brasil, há pelo menos 1 milhão de pessoas cegas e 4 milhões de deficientes visuais, com até 30% da capacidade de visão, conforme estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
No entanto, de 60% a 80% desses casos podem ser evitados com um diagnóstico precoce. Pensando nisso e no fato de a visão ser responsável por 85% das informações processadas no cérebro, foi criado o Dia da Saúde Ocular, lembrado em 10 de julho, com o objetivo de alertar e conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças oculares que, se não tratadas, podem levar à perda da visão.
No Brasil, as principais doenças oculares acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são catarata, glaucoma e retinopatia. E a melhor forma de evitá-las é mantendo a qualidade do sono e da alimentação, realizando consultas oftalmológicas frequentemente, evitando o tabagismo, higienizando corretamente as mãos, utilizando óculos escuros durante o sol e os de grau, se a pessoa precisar.
Abaixo, o oftalmologista Luis Claudio Guillaumon, do CEJAM, respondeu a essas e outras questões sobre as principais doenças oculares. Confira!
O que é a catarata? Quais são os seus sintomas? Existe tratamento e cura?
A catarata é uma opacificação do cristalino, a lente natural do olho, que, normalmente, é transparente. Os sintomas incluem visão embaçada, sensibilidade à luz, dificuldade para enxergar à noite e sensação de cores desbotadas. O único tratamento é cirúrgico, onde o cristalino opaco é substituído por uma lente artificial. Essa cirurgia é a única "cura" para a catarata e é altamente eficaz.
Toda pessoa diagnosticada precisa fazer cirurgia para se curar?
Não necessariamente. A cirurgia é recomendada quando a catarata interfere na vida diária, nas atividades habituais do paciente. Em estágios iniciais, medidas como óculos de grau atualizados podem ajudar a manejar os sintomas.
A catarata pode levar à cegueira? Por quê?
Sim, se não tratada, a catarata pode levar à cegueira, porque a opacidade no cristalino se agrava ao ponto de impedir a passagem de luz e, consequentemente, a visão. É chamada “cegueira reversível”.
O que é recomendado para um diagnóstico precoce e quais são os sinais que devem servir de alerta?
Recomenda-se realizar exames oftalmológicos regulares, especialmente após os 50 anos. Os sinais de alerta incluem piora da visão noturna, halos ao redor das luzes, necessidade frequente de mudança de óculos, visão dupla e cores apagadas.
E o glaucoma? O que é e quais são os sintomas?
Glaucoma é uma doença que danifica o nervo óptico, geralmente associada ao aumento da pressão intraocular. Os sintomas podem ser sutis e incluir perda gradual do campo de visão periférica. O tratamento, que inclui colírios, medicamentos e, às vezes, cirurgia, visa controlar a pressão no olho. Não há cura para o glaucoma, mas o tratamento pode prevenir a progressão da doença. Por isso, é muito importante a prevenção.
Quando o glaucoma pode ser considerado grave? Por que é a segunda maior causa de cegueira no Brasil?
A doença é considerada uma emergência médica quando ocorre um aumento súbito e extremo da pressão ocular, exigindo intervenção imediata para prevenir danos permanentes ao nervo óptico. Muitas vezes, ele progride sem sintomas perceptíveis até que o dano ao nervo óptico já seja significativo e irreversível, levando à perda de visão. Diferentemente da catarata, o glaucoma pode causar “cegueira irreversível”.
O que é recomendado para um diagnóstico precoce de glaucoma?
Exames regulares de pressão intraocular e avaliações do nervo óptico são essenciais, especialmente para pessoas com fatores de risco, como idade avançada, histórico familiar ou alta miopia.
Quais são as principais diferenças entre catarata e glaucoma?
A catarata afeta a lente do olho e é visivelmente identificável pela opacidade. Já o glaucoma afeta o nervo óptico e é frequentemente associado à pressão ocular. Ambos podem levar à perda de visão, mas seus tratamentos e progressão são diferentes. Como uma máquina fotográfica, a catarata afeta a lente e o glaucoma afeta o filme.
E a retinopatia? Quais são os sintomas? Existe tratamento?
Retinopatia é um tipo de deterioração da retina, muito comum em pessoas com diabetes (retinopatia diabética) ou alta pressão arterial. Os sintomas incluem visão borrada e manchas na visão. O tratamento depende do tipo e da gravidade da retinopatia, podendo incluir controle da doença-base, medicamentos e cirurgia a laser. Não há cura, mas o tratamento pode deter a progressão da doença.
Quais são os fatores de risco para a retinopatia? É uma doença ocular comum?
Os fatores de risco mais comum incluem diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto e tabagismo. E, sim, é uma doença ocular comum, especialmente a retinopatia diabética, que deve ser tratada e acompanhada com frequência. Controlar rigorosamente o diabetes, a hipertensão e evitar o tabagismo são medidas essenciais de prevenção, além da parceria entre os profissionais da saúde e o paciente.
Existem outras doenças oculares comuns entre os brasileiros?
Sim, além de catarata e glaucoma, o ceratocone, que é uma distorção da córnea (vidro do relógio do olho), por ações como coçar os olhos indevidamente; e a conjuntivite, comum devido ao clima tropical que favorece sua disseminação. A prevenção inclui uma higiene adequada das mãos e evitar o contato direto com pessoas infectadas.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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