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28 de Janeiro de 2016
No domingo (31) é celebrado o Dia de Combate e Prevenção da Hanseníase. Antigamente conhecida como lepra, a doença é infectocontagiosa e pode acarretar incapacidades físicas que evoluem para deformidades.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo no ranking de incidência da doença no mundo. No país, os locais com maior incidência são os estados do Nordeste e no Mato Grosso. A hanseníase representa um problema de saúde pública e merece toda atenção. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito nas Unidades Básicas de Saúde.
Cleide Dutra, maranhense, atualmente mora em São Paulo e descobriu que estava com a doença há dois anos. "Começou a aparecer manchas nas costas, que foram se espalhando por todo meu corpo. Achei que era pano branco ou alguma micose, mas depois foram aparecendo caroços", conta.
Cleide demorou para procurar um posto de saúde, o que foi agravando cada vez mais sua doença. Quando ela foi diagnosticada, já estava em estágio avançado da hanseníase. Por consequência, ela poderia transmitir a doença para pessoas de seu convívio social.
"Hoje me sinto uma nova pessoa"
Depois de treze meses em tratamento, Cleide vê uma nova chance de recomeçar a vida: "Hoje eu me sinto uma nova pessoa. Posso sair, posso passear com meus filhos. Ainda tenho algumas sequelas, mas nada que me atrapalhe. Devo tudo isso ao tratamento que tive aqui".
A enfermeira do Ambulatório de Especialidades (AE) Pedreira, Benvinda Lopes, acompanhou Cleide desde o início do seu tratamento. Segundo Benvinda, não é raro as pessoas demorarem a encarar essas manchas como uma possível doença. E, por isso, prorrogam sua ida ao posto de saúde, o que complica o quadro clínico.
"O diagnóstico precoce é o ideal. Ele adianta o tratamento e elimina o risco do doente iniciar uma cadeia de transmissão da doença. A partir da primeira dose do medicamento, o paciente não transmitirá mais a hanseníase. Porém é importante não esquecer de tomar os remédios diariamente e vir (à unidade de saúde) para tomar a dose supervisionada também", afirma Benvinda.
Referência
O Ambulatório de Especialidades Dr. César Antunes da Rocha (AE Pedreira), localizado na zona Sul e gerenciado em parceria com a OS Santa Catarina, é uma referência para 33 unidades de saúde da região quando o assunto é hanseníase. Todos os seus funcionários são treinados para compreenderem melhor a doença e todos eles, independente da área, recebem capacitação.
"O preconceito ainda existe, infelizmente, apesar de ser uma doença que tem cura. Trabalhamos todos os dias para levar o melhor tratamento para nossos pacientes", garante Maria Zaira Gonçalves, gerente da unidade.
Logo que o paciente é diagnosticado com a doença, conta com o acompanhamento de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos que acompanharão o paciente desde o primeiro dia de tratamento até sua alta. Hoje, existem 25 pacientes em tratamento na unidade.
Ação para conscientizar
O Hospital Dia da Rede Hora Certa M' Boi Mirim I, localizado no Jardim Ibirapuera, promoveu no dia 26 de janeiro uma ação de sensibilização para os usuários que estavam em espera de atendimento, aproveitando para conscientizá-los dos sinais e sintomas da doença.
Foram espalhados cartazes e folhetos informativos, além da palestra Hanseníase: procurar para curar, com a dermatologista Ilana Campos Lemos Prata Sabino. "O intuito foi ministrar a palestra para checar se alguém que estava ali ouvindo, poderia se identificar com a doença e aí nós captamos a doença no início, dando início ao tratamento rapidamente", conta Ilana.
A unidade é gerenciada pela Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com o CEJAM, e é referência para atendimentos aos usuários com a doença na região de M' Boi Mirim.
Sintomas e tratamento
A doença começa com uma ou mais manchas na pele, de cor variada (esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada); manchas com perda de sensibilidade, pele seca e queda de pelos; dor, sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas; nódulos (caroços) no carpo, avermelhados e dolorosos e diminuição da força muscular das mãos, pés ou da face.
Caso apresente um destes sintomas, procure a unidade de saúde mais perto. O tratamento é supervisionado e o paciente toma a medicação diariamente e deve ir uma vez por mês à UBS. O medicamento é fornecido gratuitamente e o tratamento tem duração de 6 a 12 meses, dependendo da gravidade.
Fonte: Portal Prefeitura de São Paulo
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