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12 de Dezembro de 2022
Desde 2017, todo mês de dezembro acontece nacionalmente a campanha de prevenção ao HIV, Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Denominada “Dezembro Vermelho”, a ação tem foco na prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que convivem com o vírus.
O HIV é transmitido por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral) desprotegidas (sem camisinha) com pessoa que já tem o vírus, compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados (agulhas, alicates etc.) e da mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Conforme dados da UNAIDS, programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids, em 2021, 38,4 milhões de pessoas no mundo viviam com a doença, sendo que 1,5 milhão se tornaram recém-infectadas por HIV e 650 mil morreram por doenças relacionadas à condição.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2022, foram identificados mais de 1 milhão de casos da doença. Só em 2021 foram notificados 40.880 casos de infecção por HIV.
De acordo com a infectologista Dra. Lilian Branco, atuante no Hospital Dia M’Boi Mirim II e Hospital Dia Campo Limpo, gerenciados pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, é importante entender que HIV e Aids não são sinônimos, pois nem todas as pessoas que têm o vírus desenvolvem a Aids.
Ela destaca que o HIV é o vírus que infecta o indivíduo, enquanto a Aids é caracterizada quando o paciente contaminado pelo HIV tem o sistema imunológico prejudicado, causando síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). As células mais atingidas pelo vírus são as de defesa, os linfócitos T CD4+.
“É fundamental que todo indivíduo que tenha relação sexual ativa desprotegida, independentemente de ter um parceiro fixo, realize o teste, porque não existem sintomas específicos de alerta à infecção pelo HIV. Normalmente, demora um tempo. Em alguns casos, pode chegar em até mesmo uma década para a pessoa infectada desenvolver um quadro de infecção oportunista que faça o médico desconfiar de uma possível contaminação por HIV”, explica.
Quando o paciente faz o tratamento corretamente, é possível chegar a um nível em que o HIV deixa de ser detectável no exame de carga viral. Especificamente nestes casos, o indivíduo deixa de ser transmissor, mesmo que haja relação sexual desprevenida. A especialista reitera ainda que, quando o tratamento é realizado de forma adequada, o paciente tem a mesma expectativa de vida que um indivíduo não infectado pelo HIV.
Quanto ao teste rápido de farmácia, Dra. Lilian afirma que funciona bem e pode ser utilizado como triagem. Mas enfatiza que ele sozinho não é diagnóstico. Neste sentido, vale salientar que, quando o teste de farmácia der positivo, é preciso uma consulta médica, para confirmar o resultado.
Avanços preventivos
A infectologista do CEJAM destaca dois protocolos de saúde que fazem uso de antirretrovirais e são acessíveis gratuitamente por meio do SUS: Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
A PEP é uma medida preventiva de urgência que atende pessoas expostas ao vírus HIV. Para que haja mais eficácia, é importante que o indivíduo exposto inicie o tratamento o mais rápido possível, de preferência em até 72 horas após o contato com o vírus.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, de 2017 até maio de 2022, a rede de saúde paulista registrou a realização de mais de 78 mil tratamentos com este protocolo.
Já a PrEP é voltada para pessoas com maior risco de infecção pelo HIV. No caso, exemplifica a especialista, ela funciona como um medicamento anti-HIV, é ingerido diariamente para prevenção da contaminação, antes da exposição ocorrer. “Importante ressaltar que a PrEP não imuniza contra outras ISTs, sendo assim, se faz necessário outros meios de proteção, como o uso de preservativo”, alerta.
Neste cenário e em alusão ao “Dezembro Vermelho”, o CEJAM vem promovendo uma série de ações de prevenção e conscientização nas unidades de saúde as quais gerencia. Na Unidade Saúde da Família (USF) Jardim Planalto, em Mogi das Cruzes, por exemplo, estão sendo realizados atendimentos em demanda livre para testes rápidos de sífilis e HIV.
No Centro Especializado de Reabilitação (CER) IV M’Boi Mirim, na zona Sul de São Paulo, a população conta com palestras nas salas de espera, enquanto no Hospital M’Boi Mirim, também na zona Sul, os pacientes vêm sendo sensibilizados quanto a importância do uso do preservativo, como forma segura de prevenir ISTs.
Em linha com o projeto, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vera Cruz e a UBS Jardim São Bento estão distribuindo preservativos e intensificaram a orientação sobre o HIV durante as visitas domiciliares e as consultas.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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